Rio Outbound vs Rio Jungle

Qual a melhor linha tropical: Rio OutBound ou Rio Jungle?

A resposta mais sensata talvez seria de que são linhas com características diferentes para situações e estilos de pesca distintos. Mas são linhas bastante similares e no fim das contas a gente sempre tem a nossa favorita.

Então, vamos começar analisando as diferenças entre elas e para facilitar a análise eu fiz um quadro comparativo (veja no fim do artigo).

A linha Rio OutBound é fabricada nas versões Tropical e para água fria. Nesta análise estamos considerando apenas o modelo Tropical, que é o mais utilizado aqui no Brasil.

RIO OUTBOUND TROPICAL
Na minha percepção, a Rio OutBound é um modelo voltado para o arremesso do tipo “shooting”, que consiste em disparar a linha que está no chão logo após a cabeça se afastar da ponta da vara com o mínimo, ou nenhum, false cast. Isto é possível por causa da combinação de cabeça curta (30 pés) e muito pesada (330 grains na linha 8wt), com formato do torpedo agressivo e running line fina.

PONTOS POSITIVOS
Arremesso rápido com pouco false cast;
Carrega iscas pesadas e volumosas;
Super deslizante nos passadores;
Loops de fábrica.

PONTOS NEGATIVOS
Pouca precisão;
Alma um pouco elástica;
Pick up (retirada da linha d’água) curto;
Apresentação grosseira.

RIO JUNGLE
A Rio Jungle por sua vez é uma linha um pouco mais versátil do que a Rio OutBound. A cabeça tem o mesmo comprimento, mas um design de torpedo um pouco mais distribuído e mais leve. Mas não se engane, a Jungle ainda é uma linha super pesada. Se considerarmos a tabela da AFFTA, a Jungle 8wt, por exemplo, tem o peso de uma linha 10wt, sem considerar que ela possui uma seção de “handling” (manuseio) de 10 pés, que seria um tipo de degrau entre a cabeça e a running line. Na prática, a Jungle se mostra potente para carregar iscas volumosas, permitindo maior controle de linha: arremessos com mais linha no ar, melhor precisão, melhor apresentação, pick up com mais linha na água e maior facilidade para fazer correções na água (mending). A alma DirectCore tem baixíssima elasticidade e alta resistência, o que é especialmente bem-vindo na pesca do Tucunaré, para segurar o peixe para não ir no pau, e na pesca dos peixes com boca dura, como o Tarpon e o Dourado, para melhorar a fisgada.

PONTOS POSITIVOS
Arremesso rápido com pouco false cast;
Carrega iscas pesadas e volumosas;
Super deslizante nos passadores;
Precisão e apresentação razoável para uma linha de cabeça curta;
Melhor controle de linha;
Alma de baixa elasticidade e muito resistente;
Loops de fábrica.

PONTOS NEGATIVOS
Menos pesada do que a Outbound (apenas um ponto a levar em consideração, não necessariamente negativo);
Mais dura, pode ser mais sensível ao frio.

Como eu disse no início deste artigo, as duas linhas podem ser indicadas para situações e estilos de pesca diferentes. A Outbound é um projeto antigo da Rio e continua sendo um dos preferidos por muitos pescadores, pois arremessa com o mínimo de esforço e a linha vai embora carregando o que for necessário. Mas a Jungle, na minha opinião, é uma linha mais versátil, sem perder a potência no arremesso. Se eu tivesse que escolher apenas uma, seria a Rio Jungle. Mas se eu puder, talvez eu deixe uma vara montada com a Outbound e outra com a Jungle, para variar um pouco o arremesso e dar incentivos diferentes aos músculos do corpo, evitando a fadiga e curtindo diferentes loops!

Marcus Konze